terça-feira, 25 de agosto de 2009

Pensamentos... rsss

Na verdade no esporte, estamos testando mais fatores genéticos do que funcionais...
Realizamos as tarefas no máximo controle saindo até um pouco da realidade, exigindo ao máximo nossos cães para que eles possam ser julgados em suas reais qualidades, "pq potência não não é nada sem controle".
um cão equilibrado diferentemente de outros se permite a isso.
O fato de um cão ser controlado não tem nada a ver com a falta de capacidade de ser efetivo, algumas pessoas confundem cão descontrolado com "cão real".
Um cão descontrolado só esta mostrando duas coisas, ou é mal treinado, ou tem problemas de estabilidade nervosa... ou os dois... logo não vejo vantagem em dar atenção a algo assim.

Se um dia quisermos apenas um cão funcional, teremos todas as ferramentas e meios de direcionarmos um cão de esporte para tal.

Por um simples motivo quem tem genética e técnica, tem tudo.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Perguntas sem respostas.

Qual seria a raça mais inteligente?
Qual seria a melhor raça para crianças?
Qual seria a raça de guarda?
Qual seria a raça para esporte?

Na verdade não existe melhor raça em um todo para determinada função, seja ela qual for, a pergunta esta mal formulada, e simplesmente não existe resposta para isso.

Primeiro, não existem testes capazes de formular um conceito como este, existe o fator genético, com a variabilidade genética, e o manejo e as diferentes formas de manejo e o direcionamento, Qualquer padrão afirmando que determinada raça é assim ou assado esta simplesmente passando uma informação errada, padrão é algo a ser seguido, e não uma garantia de comportamento.

O máximo que se pode responder é que existem raças com maior direcionamento a determinada função, e a seleção da mesma tem como objetivo pressionar o comportamento e o biótipo em determinado caminho,
aumentando a probabilidade de apresentarem indivíduos com determinadas características dentro desta linhagem.

Todos os testes em livros ou revistas, mostram resultados qual não condizem com a realidade, pois os parâmetros e os métodos são no mínimo ridículos, e passam mais pelo gosto pessoal e achismo, como foram realizados esses testes? quantos exemplares foram usados? quais exemplares foram usados? esses exemplares são os principais reprodutores da raça?

No caso de cães de esporte, de sch, por exemplo, existem raças mais propensas a apresentar indivíduos com as características que facilitam o treinamento, são linhagens que tem maior capacidade de sobrepor o desafio exigido no teste, seja psicologicamente ou fisicamente, mas nem de perto todos exemplares de determinada raça ou linhagem vão ser ótimos ou mesmo capazes para tal.

Enumerar ou estabelecer um ranquing de primeiro segundo ou terceiro lugar de raças é ridículo, na verdade existem exemplares dentro das raças que são capazes, e por seguinte existem exemplares que se encaixam nos nossos objetivos.

Partindo deste principio como podemos chegar à conclusão de qual é o melhor cão para mim?

No caso do esporte, qual é a melhor raça para sch?

As perguntas continua errada.
a pergunta correta é:

Qual a raça seria mais propensa a apresentar exemplares para sch, quais exemplares funcionais estão sendo usados na reprodução, e aonde vou encontrar um filhote desses exemplares, e qual individuo se encaixa no meu perfil e é apto para iniciar o treinamento.

A partir dai vai ter um pitaco de gosto pessoal, funcionalidade e empatia.
E logicamente idiossincrasia do cão.

Portanto temos que testar as linhagens e cães que se encaixem em nossos objetivos, e escolher friamente os mesmos, e só assim direcioná-los corretamente...

Ou ter a grande sorte de encontrar um individuo, que apresente as características desejadas por um ótima coincidência.


domingo, 23 de agosto de 2009

O teste de Volhard

TESTE DE TEMPERAMENTO DE FILHOTE DE CÃO (VOLHARD )

Aplicar aproximadamente aos 49 dias de vida do filhote

Lembre-se:

O texte de Volhard tem como objetivo ver a aptidão natural do filhote sem ainda a interferência do ambiente, e aumentar as possibilidades de sucesso no relacionamento entre homem e cão, e definir qual tipo de manejo será indicado para determinados filhote.
Pré-requisitos: aplique o teste aos 49 dias de vida. É quando o cão está neurologicamente completo.

A cada novo dia as reações estarão mais impregnadas pelo aprendizado ambiental.

Teste um filhote por vez, em boas condições. Ele deve estar ativo e com boa saúde.

Não faça o teste logo depois de ele comer, nem no dia da vacinação e nem no dia seguinte.

Aplique o teste na seqüência da tabela abaixo, em local tranqüilo e desconhecido do cão (basta um cômodo ou área com piso não escorregadio, de 4 m2).

Além do examinador, que pode ser você ou outra pessoa estranha ao filhote, deve estar presente também o anotador da pontuação, que não pode interferir na atuação do cão. Antes de marcar os pontos, o anotador confirma a avaliação dele com o examinador.

Aplicação: procure não intimidar o filhote. Evite inclinar-se sobre ele, gesticular ou avançar as mãos bruscamente. Fale com suavidade. Ao bater palmas, seja delicado. Se o cão não reagir a você ou demonstrar extremo estresse, afastando a cara e ficando rígido, pode estar estranhando a sua presença. Nesse caso, tente se entrosar com o filhote e reiniciar o teste algum tempo depois.

Avaliação: vale a primeira reação do filhote.
OS TESTES

1 - Chamar (Atração por pessoas)

Indica: sociabilidade, treinabilidade.

Como fazer: o criador traz o filhote e sai.

Fique a cerca de 1,20 metro do cão, agachado. Bata palmas e, falando de forma afetuosa, estimule-o a vir.

Pontuação:

O cão:

a) vem logo, animado, e salta e morde a mão do examinador = 1 ponto.

b) vem logo, animado, e bate com a pata no examinador, lambe a mão = 2 pontos.

c) vem logo, animado, e não encosta no examinador = 3 pontos.

d)vem logo, sem mostrar ânimo = 4 pontos.

e) vem hesitante = 5 pontos.

f) não vem = 6 pontos.

(visando aos próximos testes, deixe o cão cheirar sua mão, acaricie-o e converse com ele de forma encorajadora para despertar-lhe a confiança).

2 - Acompanhar (Seguir a liderança humana)

Indica: independência, interação com humanos, treinabilidade.

Como fazer:

Aplique após o teste anterior sem interrupção. Levante e se afaste devagar. Fale com o cão, bata palmas e chame-o. Só depois marque os pontos de ambos os testes. Enquanto isso, procure interagir com o filhote.

Pontuação:

o cão segue logo, animado, e:

a) coloca-se entre os pés do examinador e o morde, atrapalhando a caminhada = 1 ponto.

b) coloca-se entre os pés do examinador = 2 pontos.

c) não se coloca entre os pés do examinador nem encosta nele = 3 pontos.

d) segue logo, mostrando submissão = 4 pontos.

e) segue hesitante = 5 pontos.

f) não segue ou se afasta = 6 pontos.

3 - Restrição (Facilidade de controle sob domínio físico)

Indica: submissão, treinabilidade.

Como fazer: agachado, vire com muita delicadeza o filhote de costas e segure-o com uma mão no peito, sem muita pressão, por até 30 segundos, olhando-o com expressão gentil e tentando estabelecer contato visual, porém sem falar. Observe a reação.

Pontuação:

a) o cão se debate muito e morde = 1 ponto.

b) debate-se muito = 2 pontos.

c) debate-se e aceita, sem evitar contato visual com o examinador = 3 pontos.

d) debate-se pouco e aceita = 4 pontos.

e) não se debate = 5 pontos.

f) não se debate e se esforça para evitar contato visual = 6 pontos.

4 - Acariciar (Facilidade de controle pelo carinho)

Indica: independência, dominância, aceitação de proximidade de pessoas, treinabilidade.

Como fazer: aplique em seguida ao teste anterior, marque os pontos de ambos depois. Deixe o filhote ficar em pé ou sentar, agache-se ao lado dele e acaricie-o da cabeça à cauda com uma mão. Observe a reação.

Pontuação:

a) pula, bate com as patas, morde, rosna = 1 ponto .

b) pula, bate com as patas = 2 pontos.

c) receptivo, roça no examinador e tenta lamber seu rosto = 3 pontos.

d) muito receptivo, lambe a mão do examinador = 4 pontos.

e) rola no chão e lambe a mão = 5 pontos.

f) afasta-se = 6 pontos.

5 - Elevação (Facilidade de controle em situação de risco)

Indica: dominância, medo.

Como fazer: mantendo a posição agachada, pegue o filhote com as mãos sob o peito e levante-o cerca de 30 cm, por até 30 segundos.

Pontuação: o cão se debate e:

a) morde = 1 ponto.

b) não morde = 2 pontos.

c) aceita, debate-se, aceita, seguidamente = 3 pontos.

O cão não se debate e fica:

a) relaxado = 4 pontos.

b) tenso = 5 pontos.

c) paralisado = 6 pontos.

6 - Buscar (Vontade de fazer algo pelo dono)

Indica: treinabilidade, interação com humanos, obediência.

Como fazer: ainda agachado, acene com um papel amassado (bolinha) e lance-o cerca de um metro à frente do cão, em local visível, encorajando-o a buscar.

Pontuação:

a) o cão pega o papel e se afasta = 1 ponto.

b) pega, não traz e não se afasta = 2 pontos.

c) pega e traz = 3 pontos.

d) vai até o papel e volta sem ele = 4 pontos.

e) começa a ir ao papel mas perde o interesse = 5 pontos.

f) não vai ao papel = 6 pontos.

7 - Pressão na pata (Resistência à dor)

Indica: sensibilidade à dor.

Como fazer: continue agachado e aperte de leve, com o polegar e o indicador, os dedos de uma pata dianteira do cão. Aumente aos poucos a pressão e conte mentalmente de um até dez ou pare antes se o cão reagir. Se ele não deixar tocar a pata, pressione a orelha.

Pontuação: total contado

a) de 8 a 10 = 1 ponto.

b) 6 a 8 = pontos.

c) 5 ou 6 = pontos.

d) 3 a 5 = 4 pontos.

e) 2 a 3 = 5 pontos.

f) 1 ou 2 = 6 pontos.

8 - Barulho forte (Reação a sons)

Indica: sensibilidade a ruído, medo.

Como fazer: coloque o filhote no centro da área e fique ao lado dele. O observador, de frente para o filhote e não muito próximo, bate forte uma colher numa panela, ambas de metal, uma única vez.

Pontuação: o cão localiza o som e:

a) vai excitado até a origem = 1 ponto.

b) vai até a origem, sem excitação = 2 pontos.

c) não vai, mas mostra curiosidade = 3 pontos.

d) não vai e não mostra curiosidade = 4 pontos.

e) encolhe-se, afasta-se e esconde-se = 5 pontos.

f) O cão ignora o som = 6 pontos.

9 - Perseguir (Reação a algo que se move)

Indica: potencial para perseguir pessoas, animais e objetos em movimento, bem como sensibilidade visual.

Como fazer: ponha o filhote no centro da área. Amarre uma toalhinha na ponta de uma guia e, ficando ao lado dele, lance-a rente ao chão. Puxe-a de volta aos poucos em três vezes e observe a reação que prevalece.

Pontuação:

a) o cão ataca e morde = 1 ponto.

b) pega a toalha sem atacar = 2 pontos.

c) investiga com interesse = 3 pontos.

d) olha curioso mas não investiga = 4 pontos.

e) foge ou se esconde = 5 pontos.

f) ignora = 6 pontos.

10 - Pegar de surpresa (Reação a situação inesperada)

Indica: estabilidade, equilíbrio.

Como fazer: a um metro e meio do cão, abra um guarda-chuva e coloque-o no chão para ele investigar.

Pontuação:

a) avança e morde = 1 ponto.

b) aproxima-se e abocanha sem morder = 2 pontos.

c) aproxima-se, investiga e não abocanha = 3 pontos.

d) fica parado e olha = 4 pontos.

e) afasta-se e esconde-se = 5 pontos.

f) ignora = 6 pontos.

O que significa a pontuação??

Prevalece 1 ponto: cão muito dominante, de difícil controle. Com forte desejo de liderança, não hesitará em lutar por ela, agredir e morder pessoas e outros cães. Só deve ir a um lar muito experiente, e receber treino rotineiro. Não deve conviver com crianças, idosos e outros animais.

Prevalecem 2 pontos: cão dominante, aspira a liderança. De eventual difícil controle, pode morder. Autoconfiante demais e com excesso de energia para crianças, idosos e outros animais. Requer exercício e treino, além de horários rígidos. Donos experientes podem obter ótimo convívio com ele.

Prevalecem 3 pontos: convive bem com pessoas e outros animais. Pode ter muita energia e precisar de muito exercício. Boa opção para um dono que já teve outro cão. Precisa de treino e aprende depressa.

Prevalecem 4 pontos: é o tipo de cão adequado para companhia e a melhor opção para donos de primeira viagem. Não é o guarda ideal por ser submisso demais. Raramente se esforçará para obter uma "promoção" na família. Fácil de treinar e bastante tranqüilo.

Bom para idosos e crianças pequenas, das quais pode até precisar ser protegido.

Prevalecem 5 pontos: muito submisso, medroso e tímido, requer manejo cuidadoso. Tende a se assustar com pessoas, lugares e barulhos estranhos. Até um piso diferente pode incomodá-lo. Quando recebe carinho, na chegada do dono, pode urinar em sinal de submissão. Se encurralado, tenta fugir. não conseguindo, pode morder. Precisa de um lar especial, sem crianças e onde o ambiente não mude muito. Melhor para um casal tranqüilo.

Prevalecem 6 pontos: tão independente que não se apega ao dono. Apesar de pessoas o utilizarem como guarda, não é recomendado pois costuma provocar acidentes.

Pontuação muito irregular: indica temperamento instável, não recomendável em um cão para uma família.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Quando o SCH apareceu?

A necessidade de um novo modelo de seleção.
Durante as mudanças sócio econômicas na Alemanha houve uma maior demanda de cães de proteção trabalhando na cidade, neste dado momento a qualidade e versatilidade do cão pastor alemão foi colocada a prova, rapidamente ficou latente que o pastor alemão era a raça mais indicada em suprir essa necessidade com maestria.
Com a função de pastoreio passando para segundo plano, o pastor alemão começou a ser usado principalmente como cão de policia, logo a SV percebeu a necessidade de selecionar os cães que seriam usados na reprodução, dentro das necessidades impostas pela sua nova função, o programa de seleção de nome schutzhund foi baseado em esportes já existentes como ring.
A raça ficou reconhecida internacionalmente durante a guerra, aonde desempenhou inúmeras novas funções graças ao grande caráter, e isso não passou desapercebido pelos outros países, e a raça rapidamente se difundiu pelo mundo.

A disseminação do esporte.
As qualidades da raça quebraram qualquer barreira de preconceito impostas contra as coisas associadas a Alemanha no pós guerra.
O pastor alemão mostrou grande qualidade de caracter, e rapidamente ficou claro que a raça e o sch eram a mesma coisa, uma coisa não funciona sem a outra, oq fica claro aonde a raça não é selecionada e exigida por seu temperamento.
Depois da guerra e o sch se infiltrou em todos os países que criavam o pastor alemão de acordo com as regras da SV.
O sucesso do método de seleção foi tanto, que muitas outras raças começaram a optar pelo mesmo sistema, aos poucos o esporte não se tornou apenas um método de seleção d euma raça ou um clube de raça, sim um hobbie praticado por inúmeras pessoas que desejam fazer algo a mais com seus cães.

Rodrigo Didier

Afinal, o q é imprint????


Imprinting é um conceito que não é, nem um pouco, simples. Apesar de relativamente banalizado e muito citado por pessoas que trabalham com comportamento animal, nem sempre esse termo é bem interpretado e, raramente, é bem empregado. Desmistificá-lo será um desafio...

Esse termo foi cunhado por Konrad Lorenz, o chamado “pai da Etologia”, apesar dele mesmo não se reconhecer como tal. Na tradução de seu livro “Fundamentos da Etologia” esse termo foi traduzido como estampagem, apesar da palavra em inglês ser mais usada. Lorenz observou esse comportamento especialmente em aves, mas referiu-se a Freud e a outros pesquisadores que desenvolveram observação no mesmo campo referindo-se a mamíferos (e humanos).

Quando Lorenz descreve como são os processos de aprendizagem nos animais as divide em alguns tipos, que mais tarde poderão ser debatidos. Um dos grupos das formas de aprendizagem citados foi o que chamou de “Aprendizagem Associativa sem Efeito de Feedback Informando o Sucesso”. Ou seja, aprendizagem que depende de associação com estímulo externo que não precisa de resposta ou recompensa, tanto positiva quanto negativa. Nesse grupo ele cita fenômenos como habituação, trauma e imprinting.

Dessa forma já temos a primeira idéia do que é imprinting: aprendizagem que depende de associação, sim, mas não precisa de recompensa ou qualquer tipo de resposta. O exemplo clássico do imprinting e o primeiro descrito é o caso ganso que sai do ovo e reconhece como mãe o primeiro animal que vê. Esse animal será seguido por ele, independente de ser uma mãe ganso, um cisne, uma pessoa ou qualquer outro animal. Ele direciona todo seu comportamento de dependência à primeira face que viu. E mais interessante ainda: nessas aves o comportamento de côrte dos machos será direcionado a animal semelhante ao que ele considera o “padrão feminino da espécie”, buscará acasalamento com animal semelhante ao que considerou ser sua mãe. Se tudo estiver certo, estará cortejando uma fêmea adulta de ganso em idade reprodutiva, se o imprinting foi “errado”, direcionado a outra espécie, ele terá um comportamento estranho e nunca terá filhos nem transmitirá seus genes (sucesso reprodutivo).

Nem em todas as aves o imprinting ocorre assim e, muito menos, em todos os animais. Mas esse exemplo nos permite notar que há uma “necessidade”: busca da mãe, do cuidado parental. E há uma resposta associativa no ambiente: o animal que estava presente em seu nascimento. No momento em que essa “necessidade” encontra associação externa provável, ocorre o imprinting no cérebro do animal, e isso é irreversível. A “necessidade” que me refiro é a programação genética que há no DNA daquele animal, ele define que naquela idade e naquele momento há de ser buscada a seguinte resposta, essa resposta pode vir mal direcionada, mas se veio, não precisa ser positiva nem negativa, apenas ter sido associada. Em outras palavras, se um filhote de ganso reconhecer como mãe uma criança curiosa presente em seu nascimento, mesmo que a criança o chute, maltrate e reclame de ser seguida, ele vai continuar seguindo o quanto puder!

Mas como disse, nem todos os animais tem imprinting assim. Até as fêmeas de ganso reconhecem os machos independente do que foi estampado nelas como mãe. Isso varia de acordo com a genética. E aí começa o primeiro termo pouco compreendido relacionado a imprinting: ele é filogenético. Isso quer dizer que ele é completamente associado ao grupo e a espécie do animal em questão, cada espécie tem sua programação diferenciada.

O segundo termo mal interpretado é que o imprinting é “circunscrito a uma fase ontogeneticamente limitada” e tem muita gente que entende que isso significa que ocorre de a tantos a tantos meses no cão filhote e só ocorre nessa época para nunca mais. Ontogenia é o estudo das fases de desenvolvimento, e os seres vivos se desenvolvem até a senescência, ou seja, até a morte. O imprinting ocorre nos filhotes sim, mas também em adultos, ou em qualquer fase do desenvolvimento. Ocorre nas mães que reconhecem o chamado dos filhotes, por exemplo. Ele está limitado a fases do desenvolvimento, mas cada fase terá sua “programação” específica, e o grau de maturidade e desenvolvimento varia entre indivíduos.

O terceiro erro mais comum é achar que o imprinting pode ser direcionado. Não é possível determinar precisamente o momento em que o animal estará sendo estampado, assim como não é possível saber como interpretará e associara o estímulo. Apesar do imprinting ser irreversível e extremamente importante, só se pode favorecer o cão dando-lhe um desenvolvimento seguro e saudável, para que possa ter as melhores referências. Determinar o que será estampado artificialmente, não.

Luciana Fiuza